1944/45: Sittersdorf: os alemães tinham enviado homens armados para a zona onde atuavam os opositores da Resistência, que lutavam contra o nazismo e o fascismo (partigiani), na Caríntia. Os ataques aconteciam todos os dias. Os partigiani combatiam, escondiam-se, procuravam escapar. Naquele tempo, houve muitas pessoas que tiveram a coragem de dizer: "Eu partilho o que tenho com o próximo". A minha avó era uma dessas pessoas. Deixou sempre que os partigiani se refugiassem em sua casa e oferecia-lhes comida e roupa. Conhecia os riscos que corria, mas continuou sempre a agir de acordo com os seus princípios de fé.

Dar de comer às pessoas e oferecer-lhes vestuário é um sinal de hospitalidade cristã

1989: St. Oswald/Plankenwarth: um dia de verão, no mês de julho, uma multidão reúne-se na estação ferroviária. Espera-se pela chegada de um grupo de crianças romenas que, graças à Caritas, podem passar um período de férias na Estíria. Os meus pais aceitaram imediatamente hospedar uma das crianças.

Chega o comboio e, com ele, Ibi, uma menina de nove anos de idade, que iria passar connosco três semanas de férias. Durante este período, ela experimentou pela primeira vez o que significa estar sereno, comer um gelado, dormir numa cama macia, e muitas outras coisas. Três semanas de serenidade para uma menina que vinha de um país governado por um regime comunista onde a violação dos direitos humanos estava na ordem do dia.

Três semanas de serenidade – um sinal de hospitalidade cristã

2014: Centro dos Irmãos de S. João de Deus, de Kritzendorf: chamo-me Maria Glawogger e sou diretora assistencial do centro de Idosos desta localidade. Uma das minhas tarefas mais importantes que desempenho é tomar conta, juntamente com outros operadores, do bem-estar dos nossos assistidos, independentemente da nação da qual provêm, da religião que professam e das suas patologias.

Todos são bem-vindos – esta é hospitalidade cristã.