Experimentei a minha vocação hospitaleira numa forma particularmente profunda no acompanhamento pastoral de um doente, vítima de uma doença crónica. O senhor A., devido a uma transfusão de sangue, contraiu uma hepatite crónica que, 30 anos mais tarde, resultou numa grave insuficiência hepática.

Esta pessoa, que até então tinha gerido com a sua esposa um pequeno hotel para turistas, era um elemento muito ativo da comunidade paroquial e amigo de vários médicos do nosso hospital de Ratisbona (Regensburg), que a sua esposa tinha sido enfermeira do infantário frequentado por uma criança que é hoje o diretor clínico do nosso hospital.

Entre mim, o senhor A. e a sua esposa, que permaneceu sempre ao lado do marido doente, desenvolveu-se ao longo do tempo, graças às minhas frequentes visitas pastorais, uma relação profunda. Acompanhando o senhor A. e a sua família, compreendi o que significa ser irmão de toda a humanidade, como Cristo nos ensinou. Especialmente na doença e no desespero é importante "existir para o outro", escutando, apoiando e rezando juntamente com ele.

Na fase terminal da doença, o senhor A. foi transferido para a unidade de cuidados paliativos. Tive o privilégio e a alegria de o acompanhar, juntamente com a sua esposa e uma irmã indiana, na última hora de sua vida em que todos juntos lhe demos conforto com a celebração da unção dos enfermos. A senhora A. viveu em luto, sustentada pela crença de que o marido vive agora na paz do Senhor. Incentivei-a e confortei-a sempre nesta sua convicção. O acompanhamento fraterno que tive a oportunidade de oferecer ao senhor A. e à sua família permitiu-me experimentar plenamente o que significa ser Irmão hospitaleiro.