Chamo-me Ana Maria, sou de Barcelona, mas os meus pais e a minha irmã são de Sevilha e Granada. A minha aproximação consciente e refletida à hospitalidade aconteceu há sete anos, quando comecei a trabalhar na gestão da Biblioteca de S. João de Deus.

Não posso dizer que até há sete anos atrás não tenha vivido a hospitalidade. Fui educada no seio de uma família humilde e trabalhadora. O portão do pátio da casa da minha avó estava sempre aberto e, ao repicar dos sinos pela terceira vez, corríamos para ir à missa, com o avô. Vivi a hospitalidade dos meus pais numa terra que não era a deles, mas agora sentem que é, pois são queridos e respeitados como ali tivessem nascido e vivido desde sempre. Não podendo dizer que não conhecia a hospitalidade, devo admitir que não tinha consciência do seu significado na vida quotidiana.

No meu trabalho, pude viver segundo o estilo de S. João de Deus através das pessoas que conheci. Captar o compromisso no seu percurso através de atitudes e comportamentos é um sentimento que penetra no nosso íntimo e se difunde. Creio que isso faz parte de nos sentirmos membros da Família hospitaleira.

Não espero fazer nada extraordinário, mas apenas viver e transmitir à minha família, aos meus amigos, colegas, utentes e a todas as pessoas, os valores que consubstanciam a hospitalidade, o compromisso de dar o meu melhor de mim mesma em cada uma das pequenas coisas que faço na vida.