Nascido numa família católica, fui enviado, como todas as crianças da aldeia, para a escola primária privada católica dirigida pelas Irmãs da Imaculada Conceição. A formação religiosa era aí primordial. No final, a maioria dos alunos eram orientados para o seminário menor ou para institutos de formação juvenis (juvénats) dirigidos por religiosos(as).

Não tendo qualquer intenção de entrar numa destas casas, prossegui os meus estudos num colégio privado católico, dirigido pelos Irmãos de São Gabriel e, depois, num liceu estatal, ficando alojado num internato. A catequese e a pastoral vocacional coabitavam em boa harmonia nestes estabelecimentos e eu participava ativamente nas atividades religiosas do colégio e do liceu.

Descobri a existência dos Irmãos de São João de Deus porque o seu hospital ficava ao lado do colégio. Deixei-me seduzir pelo seu compromisso e pela sua presença visível e atraente. Foi assim que manifestei o meu desejo de ser Irmão de S. João de Deus. Uni-me a um grupo de aspirantes, prosseguindo ao mesmo tempo os meus estudos. Progressivamente, fui-me inteirando da sua vida e da sua maneira de atuar. Vivi tudo isso em oração e partilhando os meus sentimentos com amigos, os meus pais e outras pessoas, incluindo o meu pároco: de todos eles ia recebendo encorajamento.

Iniciei a minha formação com três outros companheiros, incluindo o P. André SENE. Esta etapa foi gratificante, encorajadora e feliz, primeiro entre nós mesmos e depois com o nosso mestre, o Ir. Juan Manuel Quillabert, e os outros irmãos da comunidade. Foi assim que comecei a descobrir a missão dos Irmãos, uma missão caracterizada pela atenção especial reservada aos doentes e aos pobres que encontravam. Eles vão-nos orientar e formar nesta atmosfera, através da sua vida de testemunho com muita paixão.

Continuei com alegria e motivação a minha caminhada nesta Família, desenvolvendo gradualmente o sentido de pertença, o amor pelos meus irmãos, os doentes e os pobres. Este percurso de vida permitiu-me descobrir a grandeza da Ordem. A experiência no mundo do sofrimento e a permanência junto dos Irmãos contribuíram para a solidificação da minha vocação hospitaleira – uma vocação que eu considero bela e nobre no nosso mundo contemporâneo

Depois de adquirir experiência e vivendo com firmeza a vocação, com todas as minhas forças e as minhas fraquezas, apresentei o pedido para me integrar definitivamente na Ordem. E eis-me hoje aqui ao serviço dos meus irmãos e irmãs com o objetivo de viver com integridade todos os dias este chamamento.