Olá, a todos. O meu nome é Hiroshi MAEJIMA, sou um dos colaboradores dos Irmãos de São João de Deus da Província Coreana, na Delegação do Japão, e o meu trabalho tem duas vertentes – de facto, desempenho funções como colaborador dos serviços de Secretaria da Delegação e, ao mesmo tempo, sou diretor do Centro Assistencial de São João de Deus para as pessoas carenciadas.

O Centro de S. João tem até agora prestado assistência principalmente a pessoas portadoras de deficiência mental, incluindo esquizofrenia. Recordamos o exemplo de S. João de Deus, que foi considerado louco e internado no Hospital de Granada. No entanto, mais recentemente, acolhemos pessoas que apresentam uma grande variedade de situações clínicas, incluindo uma que esteve na prisão, tendo sido condenada. É necessário ter experiência ou competências especiais para dar assistência a pessoas como esta que, muitas vezes, são rejeitadas por instituições de assistência social do Japão.

A este respeito, gostaria de referir um episódio que aconteceu no nosso centro. Não posso descrever especificamente o caso, porque temos o dever de proteger a identidade do utente, mas, em poucas palavras, aconteceu esta situação. Numa reunião dos responsáveis do nosso Centro, realizada no ano passado, debatemos o dilema se aceitar ou não esta pessoa, começando por perguntar: "O que faria S. João de Deus, se ele estivesse no nosso lugar?" Um jovem colaborador recordou: "Eu acho que ele ajudava as pessoas em necessidade." E acrescentou: "Pelo que sabemos, esta situação deveria ser assumida por uma outra estrutura, preparada para lidar com o caso. A experiência pode ser muito difícil de aprender e nunca é banal. Mas o que se aprende noutras instituições também pode ser aprendido nas nossas estruturas”. Um outro colaborador, já veterano no nosso Centro, afirmou que "ninguém, quando faz algo pela primeira vez, o fará para sempre", e acrescentou: "O que importa é ajudar as pessoas que necessitam do nosso apoio." Esse colaborador interveio no final da reunião, e decidimos aceitar a pessoa.

O lema "Age como agiu São João de Deus" orientou-nos e penso que esta herança é também um grande trunfo para nós.