Ao longo da vida verificam-se acontecimentos que marcam: o meu encontro com S. João de Deus foi uma faísca que se tornou uma chama que continua ainda nos dias de hoje.

S. João de Deus foi o espelho de um Jesus que tem privilegia as pessoas pobres e simples.

Com as dificuldades normais de qualquer percurso sempre me senti acolhida, querida, valorizada e aceite pelos Irmãos de S. João de Deus. A Ordem, com os seus doentes, Irmãos e voluntários, foi para mim como um ninho onde cresci e onde as minhas asas ganharam forças para levantar voo.

A renovação da minha vocação no carisma de S. João de Deus evoluiu constantemente, dia após dia e ano após ano. Foram-me moldando os doentes, os idosos, meus companheiros de caminho, os Irmãos. Pela sua mão, o evangelho encarnou-se e ganhou vida. S. João de Deus ensina-nos que Cristo é "a luz, a verdade e a vida", e que quem O segue nunca andará na escuridão.

Durante algum tempo, como voluntária, trabalhei como animadora de idosos no albergue de S. João de Deus. Rostos de anos, de história, de abecedários incompletos. Comecei a sentir e a amar esses ícones de Cristo: os doentes e as pessoas despojadas da sua dignidade.

Tornamo-nos misericordiosos quando descemos do nosso pedestal e nos aproximamos dos caminhos e, como crianças, olhamos para a vida: então, o arco-íris surge como sinal de que estamos onde devemos estar, e não noutro sítio.