Vou falar brevemente da minha vocação para a vida religiosa nos meus primeiros anos de adolescente. Um padre missionário, da Congregação dos Missionários de África, era um amigo da nossa família e visitava-nos com frequência. Gostava também de nos ensinar, a nós e aos nossos vizinhos, coisas da Bíblia e o catecismo. Também nos explicava o que significa ser sacerdote, religioso, Irmão ou Irmã. Foi através desses discursos que me inspirei e senti o desejo de servir a Deus.

A minha vocação para entrar na Ordem Hospitaleira de São João de Deus surgiu a partir de 2004, quando vim a saber da existência da Ordem em si. Uma equipa de promotores vocacionais de diversas congregações de sacerdotes, Irmãos e Irmãs, vieram visitar a nossa escola para falar das vocações. Entre eles, encontrava-se o Ir. John Bangsi, O.H., que era então o responsável da Ordem pela pastoral vocacional no Malawi. Depois de cada um deles ter feito uma breve comunicação sobre a respetiva congregação, fiquei muito interessado no que o Ir. John explicou sobre os Irmãos de São João de Deus e a singularidade da sua missão. Fiquei com o seu contato para saber mais informações. Mantive-me em contato com ele até terminar os meus estudos secundários, em 2006. Seguidamente, apresentei o pedido para entrar na Ordem. Após várias visitas à Comunidade de Mzuzu, no Malawi, fui chamado para fazer o postulantado, em 2008, e fui para o noviciado em 2010.

Desde que entrei para a Ordem Hospitaleira dos Irmãos de S. João de Deus sempre gostei da hospitalidade que partilhamos entre nós, como Irmãos e com toda a sociedade. Vivi sempre feliz e alegre, através de pequenos serviços que ofereço, senti a presença de Deus nos meus irmãos e irmãs doentes ou a passar por outras dificuldades e sofrimentos. A minha formação e experiência nas várias fases de formação – postulantado, noviciado e escolasticado – foi e continua a ser muito profícua e inspiradora no meu percurso vocacional, que ainda continua.