São muitas as experiências de hospitalidade que vivi e continuo a viver no meu trabalho diário ao lado de pessoas com deficiência, bem como na relação com os meus colegas de trabalho. Para mim, a hospitalidade significa, em primeiro lugar, ao outro, oferecendo-lhe o espaço e o tempo necessários.

Um dia, em colaboração com outros dois colegas, dinamizei um retiro de reflexão no centro de formação do mosteiro de Windberg. Ao longo desse dia, um grupo de pessoas com deficiência e colaboradores do centro de Straubing empreenderam uma viagem espiritual para explorar em conjunto o que significa viver em comunhão. Para começar, cada participante tinha a possibilidade de representar, através de imagens e música, o que significava para ele viver um lindo dia.

A segunda fase consistiu em sentir e viver a natureza que nos rodeia. Recolhemos pedras, plantas e madeira, formando com estes materiais uma composição natural. De tarde, fizemos um estudo da Bíblia, transformando numa representação teatral o episódio das Bodas de Caná. A parábola foi apesentada com uma linguagem acessível a todos, utilizando vários materiais e dramatizações. Cada participante teve a oportunidade de participar na preparação, segundo as suas capacidades. Além disso, durante o dia, todos participámos em cânticos, leituras e orações comuns. No final, cada participante ofereceu uma prenda a um outro participante, sob a forma de um postal personalizado.

Essa jornada foi animada por pessoas com deficiência e colaboradores do nosso centro. Isso permitiu a cada um ver-se numa nova perspetiva, mover-se numa atmosfera agradável e encher de vida aquele dia. Para mim, foi um dia de hospitalidade vivido intensamente.