A Ordem Hospitaleira marca a sua presença em Timor-leste de forma oficial na minha terra natal, Laclubar, em 2004, através dos dois irmãos missionários. A partir daí eu conheci os irmãos, pois eles eram nossos professores da escola secundaria onde eu estudava. O que mais me surpreendeu foi a forma de viver e o testemunho da hospitalidade que estes filhos de S. João de Deus mostraram, na maneira de servir e sempre direccionarem as suas energias para as pessoas doentes ou com diversas carências, rompendo o comodismo de ficar no convento, seja com frio seja calor. Esta experiência de observação me levou a interrogar a mim próprio: como é que estes missionários podem servir o nosso povo e eu como timorense não pode? Assim, num dia fui junto com um dos amigos da minha turma (ele já faleceu), à residência dos Irmãos, para sabermos se havia formação para os timorenses, e foi o Ir. Vítor Lameiras que nos acompanhou e ao mesmo tempo nos deu informações sobre a vida e a missão dos Irmãos.

Quando tinha 19 anos de idade, ingressei na Ordem Hospitaleira como Aspirante Comunitário juntamente com dois amigos (no dia 19 de Outubro de 2007). Nos primeiros dias parecia tudo tão novo e ao mesmo tempo estranho para mim, mas ao passar de cada dia, cada elemento novo e estranho se encheu de significado e permitiu um aprendizado muito profundo, tornando-se uma oportunidade para crescer e avançar na estrada da Hospitalidade. Realmente ninguém pode atingir um alvo que não possa ver, assim, ninguém vai atingir a hospitalidade se não der resposta ao chamado de Deus.

Hoje, sou irmão escolástico do terceiro ano e me encontro na missão em Timor-Leste. Sinto-me feliz em fazer parte deste “exército” da hospitalidade e mais privilegiado ainda como uma das primeiras sementes dos Irmãos nesta terra sagrada onde “nasce o sol”. A cada dia gosto muito de “tocar e ouvir a música da hospitalidade”, portanto vamos juntos fazer um “show de hospitalidade” nos territórios e nos corações que ainda não a conhecem.