Minha vocação hospitaleira deve-se em grande parte à proximidade da casa de meus pais à Casa da Ordem, em Barcelos. Sabíamos que os Irmãos eram verdadeiramente religiosos, com Missa diária aberta ao público,  hábito religioso, Ofício divino, Ladainha de Nossa Senhora aos sábados, enfim, que eram e pareciam homens de Deus.

Por cuidar de doentes mentais, a Ordem começou a crescer no meu espírito como algo espiritual e social.  Pensei que os Irmãos amavam  Deus e o próximo como a si mesmos.

Sempre gostei de frequentar a Missa na paróquia e meus pais contavam que, na volta, conseguia repetir a homilia, imitando inclusivé a voz do sacerdote. Isto com 5,6 anos de idade. Entrei na Escola Apostólica  em 1953, com 12 anos.  Em 1960 professei.   

Admirei e tentei imitar a fé e caridade de muitos Irmãos. Em cada Irmão, eu via um amigo e um artista do bem. Eles trabalhavam bastante nas enfermarias dos doentes mentais. Os que tinham curso de Enfermagem eram encarregados dos pavilhões e isso me dava a sensação de que a Casa "era nossa". Vi muitos Irmãos felizes, realizados, alegres por servirem ao Senhor e isso me cativava. Depois fui convidado para servir os doentes no sacerdócio. Aceitei logo e isso só me tem trazido muitas, muitas alegrias.  Administrar os sacramentos é para mim um trabalho de grande alcance espiritual que muito me ajuda e os ajuda. Possa eu ainda imitar tantos santos Irmãos que viveram na humildade, obediência, castidade e pobreza. Nossa Ordem  Hospitaleira é um fábrica de santos para quem quiser. Temos 4 santos, mas o número pode aumentar!