O desejo de me consagrar a Deus surgiu do encontro com uma comunidade de Irmãos Marianos, responsáveis pela escola onde fiz os meus estudos secundários. O seu compromisso ao serviço da educação da juventude e o estilo de vida comunitária que eles viviam conquistaram-me e levaram-me a querer ser como eles. Foi então que decidi fazer parte de um grupo vocacional para melhor discernir e aprofundar este desejo e para me fazer acompanhar. Compreendi também que Deus queria que eu me colocasse ao seu serviço, cuidando dos meus irmãos que sofrem.

O meu primeiro contato com os Irmãos de São João de Deus foi muito marcante. Aconteceu em Tanguiéta, no Hospital de São João de Deus, onde vivi durante algum tempo para descobrir a vida dos Irmãos e o seu apostolado junto das pessoas que sofrem. Descobri aí um mundo diferente daquele de onde provinha. Um mundo dedicado a aliviar o sofrimento das pessoas, que dá sentido ao sofrimento humano, um mundo de compaixão. Através de pequenos serviços e, sobretudo, de uma presença silenciosa, às vezes simultaneamente divertida e evangelizadora, junto ao leito de alguns doentes, eu dava-lhes alívio e conforto e isso incentivou-me a perseverar no caminho que tinha acabado de descobrir. No final desta experiência, senti uma grande alegria interior derivada da experiência de oração comunitária que tinha vivido e sentia-me particularmente satisfeito por ter participado no alívio do sofrimento do doente, seguindo o exemplo de Cristo.

A vida hospitaleira ensinou-me a estar sempre preocupado com o bem-estar do meu vizinho. Diante de uma pessoa que sofre, sinto-me impelido a dar-lhe alívio para o seu sofrimento e não me sinto bem se o não puder fazer. Na minha impotência humana, confio o seu sofrimento ao Senhor, num silêncio misericordioso. Quer na Universidade que frequento atualmente, quer no centro de saúde mental onde ajudo algumas vezes para prestar cuidados de saúde e onde me desloco para visitar os doentes, procuro estar atento e disponível para responder às solicitações manifestadas pelas pessoas que sofrem e pelos necessitados através de pequenos serviços que lhes posso oferecer, na medida das minhas capacidades.

A vida em comunidade é um lugar para recarregar as minhas energias, um lugar de conforto e apoio, de partilha da alegria e dos sofrimentos. Permite-me sempre reorientar a minha vida em Cristo através das diferentes celebrações litúrgicas e de outras atividades comunitárias.