O que fazer, como ajudar, para onde ir? Eram as perguntas que surgiam em mim quando, na doença da minha mãe, compreendi que era a mediação que se me apresentava, para dar o passo de ser generoso e ajudar com a minha vida a vida dos outros.

Eu já tinha decidido percorrer o meu caminho vocacional com os padres Agostinhos, onde comecei o noviciado. Mas essa experiência fez-me despertar para a necessidade de me aproximar mais de perto, com desconhecimento, incerteza, em silêncio, do grande mistério da doença. Sabia que Deus escreve direito por linhas tortas e que as minhas limitações não eram uma desculpa. Abençoada decisão e bendita mediação!

Hoje, depois de 25 anos como Irmão de São João de Deus e de ter percorrido um belo caminho com os nossos Irmãos hospitaleiros e com os colaboradores na assistência a crianças epiléticas, a pessoas de passagem, doentes mentais, doentes terminais... e assumindo vários cargos de responsabilidade e de serviço, repito, com grande alegria, mais uma vez: abençoada decisão!

Nesta Universidade da Hospitalidade, sinto o "cheiro a ovelha", umas vezes ao lado dos doentes, outras, no trabalho de escritório, mas sempre com a mesma ideia e ansiedade: praticar as bem-aventuranças, o evangelho da misericórdia.

Tenho a sorte de pertencer a esta Ordem de S. João de Deus, que transpira vida, envolvimento, proximidade, sonhos, evangelho… e tudo isto ao lado dos doentes e das pessoas carenciadas que temos muito perto de nós.

Vivo a Hospitalidade, com letra maiúscula: este é o dom que Deus me deu e a possibilidade de trabalhar em favor das pessoas necessitadas.