A minha mãe diz-me sempre: "Pelos atos os conhecereis".

E não podia ser senão vivendo a hospitalidade como uma opção vital carismática, com que procuro impregnar tudo o que sou.

Porque ser hospitaleiro não é fácil. Significa questionar o que somos, para além do que fazemos, e deixar-nos continuamente interpelar a abrir-nos à alteridade (aos outros) e à transcendência (a Deus), muitas vezes desfiando as nossas seguranças.

Penso que o ser humano não pode «não-ser» hospitaleiro na sua essência. Negar a hospitalidade que emana do ser humano significaria recusar-se a si mesmo.

A experiência da hospitalidade na minha vida, com as crianças e os jovens, os doentes, as pessoas vulneráveis, os pobres e com aquele que está ao meu lado, humaniza-me continuamente, e isso é algo que eu aprecio profundamente, porque me faz Viver, com letra maiúscula. Descubro neles o reencontro comigo e com Deus na minha vida, e isso recoloca-me continuamente no caminho que eu escolhi livremente.

Envolver-se na Hospitalidade significa não deixar os outros sozinhos, mas tornar-se ação e expressão da caridade e da justiça, um instrumento do serviço no meu humilde dia a dia.

A experiência da hospitalidade foi para mim um evento transformador. Tenho a sorte de a ter recebido de grandes pessoas e de ter apoio  Irmãos que me permitem atualizá-la e alimentá-la continuamente.

Só espero tornar realidade aquilo que a minha mãe me dizia: que te conheçam pela tua hospitalidade.