Trabalho na Cúria Geral da Ordem desde há mais de 18 anos. Quando comecei, vinha de um ambiente laboral diferente e conhecia os Irmãos de S. João de Deus principalmente porque os associava ao Hospital da Ilha Tiberina. A minha vida foi sempre inspirada pelos valores cristãos, que me foram transmitidos pelos meus pais.

Com o passar dos anos, fui aprofundando o meu conhecimento da Ordem e sobretudo a biografia do Fundador, S. João de Deus, a quem me dirijo sempre que encontro qualquer dificuldade, não só no local de trabalho, mas também na vida quotidiana.

A estrutura em que trabalho não está diretamente ligada ao mundo da saúde, em estreito contacto com os doentes, mas isso não me impede de colocar em prática a hospitalidade, embora certamente com formas diferentes comparadas com as daqueles que estão diretamente envolvidos na assistência às pessoas.

Muitas vezes me interroguei se realmente o meu trabalho, que se desenvolve “nos bastidores”, pode levar algum benefício, ainda que mínimo, aos doentes e àqueles que lhes prestam assistência. Fiz essa mesma pergunta aos Irmãos e, graças a conversas que tive com eles, consegui refletir e chegar à conclusão de que todo o trabalho e todos os atos que se realizam numa estrutura da Ordem, independentemente do papel desempenhado, terá repercussões nos nossos centros e, por conseguinte, também nas pessoas que recebem a assistência e os cuidados de saúde da Família de São João de Deus.

É também hospitalidade desempenhar da melhor maneira possível as próprias tarefas, honestamente, procurando pôr em prática o próprio profissionalismo e agindo assim para o bem de todos; ter uma atitude de abertura e de diálogo no ambiente de trabalho; manifestar respeito pelas pessoas, mas também pelas coisas que nos são confiadas. Concretamente, gosto de definir esta nossa Cúria como a Casa Geral da Hospitalidade, dado que ela recebe muitas pessoas que aqui chegam de todo o mundo: Irmãos, Colaboradores, amigos da Ordem e peregrinos.